Olá,
Conforme foi solicitado pelo Sergio dsd o início do ano (devido à experiência q tive como profa. do Projeto Autonomia Carioca – Reforço de Matemática em 2010), farei a seguir um breve relatório buscando auxiliar as aulas de Matemática do Acelera 3 de 2011. Deste modo, procurarei usar minha vivência para apontar aonde apareceram as maiores dificuldades e darei sugestões de algumas atividades para serem trabalhadas com os alunos, expostas nas fotos que permeiam o texto a seguir.
Assim, tendo em vista...
- Que normalmente os alunos destas turmas já trazem mtas dúvidas em relação à aprendizagem da Matemática q exige, em sua essência, raciocínio lógico (q, infelizmente, sabemos não ser mto explorado em sala de aula);
- Que este projeto visa auxiliar os alunos em defasagem (correção de fluxo), justamente pq a maior parte deles já repetiu várias séries por não conseguir acompanhar o “ritmo normal” das aulas durante o tempo cronológico de um ano letivo;
- Que o objetivo básico do Autonomia Carioca é dar um suporte diferenciado para transformar estes alunos em cidadãos autônomos e responsáveis, capazes de, por si só, buscar meios q os façam progredir.
Julgo necessário que se explore ao máximo (através de atividades diversificadas, tais como jogos, representações teatrais ou pictóricas, músicas etc) as teleaulas de Matemática para tentar compensar o tempo que eles necessitam para assimilar os conteúdos básicos desta disciplina. Além disso, eles precisam, muitas vezes, vivenciar concretamente boa parte dos conceitos fundamentais da Matemática para terem condições de futuramente, sozinhos, galgarem outros patamares na aprendizagem desta ciência.
Disponho tb das 9 provas enviadas pela FRM, caso vcs queiram observar o nível de cobrança exigido pela Fundação e analisar se está de acordo com a realidade de nossas salas de aula. Gostaria de destacar, também, q estes alunos, ao final do ano letivo, serão levados à mesma série de alunos que terminarão o 9º. ano regularmente e, portanto, a princípio, deverão demonstrar as mesmas habilidades mínimas para ingressar no 1o ano do Ens. Médio.
Sendo assim, procurei listar os capítulos do livro 1 (até a aula 40) q considero mais relevantes e o q pode ser destacado em cada um deles. Citarei tb uma breve justificativa para cada um deles:
Ø Aulas 1 e 2 – Apenas introdutórias.
Ø Aula 3 – Aparentemente fácil, mas há alunos q NÃO sabem escrever um numeral. Isso precisa ser corrigido na parte de Classes e Ordens. Por exemplo, ao escreverem matematicamente “Um milhão, dez mil e vinte e cinco” mtos alunos colocam 1.10.25, pois não têm noção do sistema posicional q usamos.
Para entender melhor o valor posicional (e vários sistemas de numeração), elaborei um jogo onde um grupo desafiava o outro escrevendo numerais em sistemas de numeração diferentes. Utilizei os sistemas de numeração romano, indo-arábico, egípicio e chinês.
Ø Aulas de 4 a 7 – Falam sobre Adição e Subtração. Destaque para o uso do material dourado para a problematização, da leitura de tabelas e gráficos de barras. Pode-se explorar estas aulas através dos materiais citados acima e com atividades complementares, como a que intitulamos “Frases para discussão” com o objetivo da construção de gráficos após os alunos emitirem suas opiniões (concordo plenamente, concordo parcialmente, não concordo, discordo parcialmente ou não tenho opinião formada sobre o assunto) sobre as frases selecionadas por mim.
Ø Aulas de 8 a 10 – Tds falam sobre multiplicação. Acho q dá p explorar as duas ideias básicas desta operação – soma de parcelas repetidas e combinação de elementos – através de atividades complementares e alguns exercícios legais do livro-texto, tais como os da pág. 62, 63 e 67. Para estas teleaulas montei o jogo “Vamos às compras”, que englobava as operações vistas até então: adição, subtração e multiplicação.
AGORA ENTRAMOS NA ZONA DE PERIGO!!! Rsrsrs...
Ø Aula 12 – É o “Ó”! É a divisão... Preciso falar mais alguma coisa???
Ø Aulas 13, 14 e 16 – Unidades de medidas, perímetro, área e volume. Conteúdos q, passados mto rapidamente, fazem com que os alunos se confundam completamente... E há cálculos difíceis nesta parte tb.
Para isso, levei uma balança de banheiro e uma trena para que eles se pesassem e medissem a sua altura para, em seguida, efetuarem o cálculo do IMC. E, em outro dia, usamos papel quadriculado p explorar área e perímetro. O tangram tb foi utilizado em forma de desafio.
Ø Aulas 15 e 17 – Números decimais. Tb precisa ser bem trabalhado, pois mtos não lembram disto direito. Outro tópico onde os alunos apresentam mta dificuldade.
Ø Aula 18 – A mais complexa! Quando cheguei nesta aula, msm com teleaula, resumo na cartolina, mto “tira-dúvida” e exercícios do livro, eles ainda assim erraram demais...
Ø Aula 20 (Uso da calculadora) – Eu tb pensava q seria fácil até descobrir q a maioria dos alunos da minha turma usava o ponto para separar as classes e não no lugar da vírgula ao escrever um numeral na calculadora... E isso eu só percebi na prática, pois solicitei, antes dessa teleaula, a compra de calculadoras. Foi assim, com uma calculadora para cada aluno (para que eles pudessem manuseá-las individualmente) q me deparei com tal situação! Resultado: praticamente todas as contas estavam dando errado e, então, percebi a tal dificuldade que ia além dos conteúdos matemáticos.
Para reforçar estes últimos conteúdos realizamos um trabalho com plantas-baixas, onde, divididos em duplas, eles receberam diferentes plantas-baixas (cujas medidas se apresentavam em números decimais) para calcularem a área dos cômodos indicados.
Desta maneira, como vcs podem observar, acredito q valha “gastar mais tempo” - com mais atividades complementares – nesta última parte (teleaulas de 11 a 20) pq há vários tópicos da matéria que se apresentam de difícil aprendizagem, principalmente, p alunos que participam deste projeto. É mta informação complexa pra eles para pouco tempo de assimilação!
Continuando...
Ø Aulas 21 e 22 - Realmente elas devem ser trabalhadas, e não apenas transmitidas aos alunos sem o cuidado devido, pois apresentam conceitos importantes e de difícil entendimento para eles (principalmente a questão da divisibilidade, ainda mais sem ter sido trabalhada bem a divisão...). Além disso, não apenas o conteúdo matemático traz um obstáculo para os alunos neste momento, mas também a gama de possibilidades abertas na divisibilidade, como, por exemplo, a questão 10 da pág.153 e que foi cobrada de forma bastante semelhante na respectiva avaliação da FRM.
Ø Aulas 23 a 27 - A meu ver, as mais complicadas desta outra parte (da aula 20 à aula 40 do livro 1), pois exploram a temida parte de “Frações”. Inclusive, esta dificuldade é, pelo visto, até reconhecida pelos professores, mas, infelizmente, não lhe é dada a atenção necessária... Isto é, fazendo uma analogia bem rudimentar, se faz o diagnóstico da doença em um paciente, mas ao contrário do que se espera, não se dá a dosagem de remédio suficiente para curá-lo! O que se prescreve é uma receita sem efeito, só para não dizer que o mesmo não foi “atendido”. A de número 25 é a de maior dificuldade de assimilação, pois trata da comparação de frações. Sabemos q comparar frações não é de fácil entendimento nem para alunos de turmas regulares e fazê-la de maneira corrida é o msm q não ter feito... Necessita de tempo e mto trabalho para não cair apenas na “decoreba”. Para estes alunos q já apresentam mtas dificuldades, precisaríamos de um tempo maior, e não menor...
Entre estas aulas, destaco:
Ø Aula 26 - Quando entram os números decimais na aula 26 aí sim que a atenção precisa ser redobrada, pois os alunos precisam fazer transferências, associando frações aos números decimais, o q demanda bastante tempo e exige um nível cognitivo mais elevado.
Ø Aula 27 - É extremamente ligada ao nosso cotidiano e, portanto, de suma importância, pois é sobre Porcentagem. Tais associações (inclusive envolvendo a porcentagem) tb são bastante cobradas na avaliação da FRM, como se pode ver nas provas.
Diversas atividades foram realizadas relacionadas a estas teleaulas como, por exemplo, o dominó com diferentes representações de frações (em forma de número decimal, de porcentagem, graficamente etc).
Ø Aulas 31 e 32 - Comparativamente falando, digamos q, realmente, as aulas 31 e 32 são de maior peso do que as aulas 28, 29 e 30, que fazem uma introdução à Geometria q é bastante válida. O problema fundamental é q algumas aulas “preparam” para outras, o q é um dos diferenciais no desenvolvimento do Telecurso; quebrando essa dinâmica o trabalho tem grandes chances de voltar ao “lugar comum” da maioria das salas de aula (correndo para cumprir um conteúdo programático dentro de um prazo irreal – diria até, surreal!) e acabar tornando-se totalmente comprometido... Como aconteceu no ano passado, no Acelera 3, quando, por falta de tempo e - no meu modo de encarar o processo ensino-aprendizagem – de maneira irresponsável e desrespeitosa com alunos e professores, foram feitas blocagens das aulas para se dar conta de todo programa de matemática em apenas 2 meses.
Ø Aulas 33 e 34 - Considero de grande relevância algumas teleaulas q são as relativas à Estatística, constante em nosso dia-a-dia, e q se seguem nesta última parte do livro 1 (de número 31 a 40). Como atividade complementar, dividi-los em grupos, sorteei temas e os alunos do Projeto saíram pela escola durante 30 min para coletar dados, realizando uma pesquisa. Posteriormente, retornaram p sala para a construção dos gráficos e para calcular as estatísticas: média, moda e mediana.
Ø Aula 36 - Sobre Coordenadas Cartesianas, que são imprescindíveis e servem de base para conhecimentos futuros. Para esta parte, realizamos a atividade “Batalha de Prêmios”, formada no chão da sala de aula.
Além da Estatística, nesta “reta final” do livro 1, há aulas que destaco como essenciais para a Matemática, e podem (e devem) ser muito bem trabalhadas, pois abordam números negativos e suas operações, onde geralmente os alunos apresentam bastante dificuldades e lucro e prejuízo. Porém, infelizmente, devido a seqüência apresentada pelo Telecuso estas aulas são as últimas desta primeira parte e, no caso do Reforço de Matemática, acabaram tendo que ser trabalhadas num período em que boa parte dos alunos já estavam entrando de recesso. Deste modo, o quorum foi baixo e a abordagem foi realizada somente através das teleaulas, de situações-problema e dos exercícios do livro-texto mesmo.
Bem, posso até estar bastante equivocada sobre o q lhes passei, e vcs podem até discordar completamente de mim, mas esta é a minha modesta opinião diante da experiência q tive com o Reforço de Matemática no ano passado. Além disso, há tb outros profs de matemática q estão no Acelera 3 esse ano e q foram do Reforço de Matemática em 2010. Sendo assim, seria importante ouvi-los tb para saber a experiência q vivenciaram no ano passado e se suas opiniões “batem” com o q escrevi. Mas vale a pena ressaltar, mais uma vez, q esta foi a visão q tive com alunos da minha turma, com quem criei vínculos mto fortes (o q é fundamental para a metodologia que se propõe a esse projeto).
Espero, assim, ter colaborado um pouco com o trabalho a ser desenvolvido com vcs esse ano.
Qq coisa estou à disposição e sempre terei o maior prazer em poder auxiliá-los dentro do possível, pois tenho saudades da “sala de aula”, já q esse ano não estou lá...
Até mais!
Bjo,
Marcia.
OBS.: Sobre as aulas do livro 2 escreverei em breve, pois já me fiz mto longa nesta postagem... rs...
